terça-feira, 20 de novembro de 2012

... once upon a time...

Foto: Frederic Fontenoy


“E isto então? Isto não é um livro. Isto é injúria, calúnia, difamação de caráter. Isto não é um livro, no sentido comum da palavra. Não, isto é um prolongado insulto, uma cusparada na cara da Arte, um pontapé no traseiro de Deus, do Homem, do Destino, do Tempo, do Amor, da Beleza... e do que mais quiserem. Vou cantar para você, um pouco desafinado talvez, mas vou cantar. Cantarei enquanto você coaxa, dançarei sobre seu cadáver sujo... “ (Henry Miller)

Tremenda porrada na cara de um moleque pré-adolescente que no início dos sessenta dos milenovecentos tinha lido pouco mais, pouco menos possível a um moleque pré-adolescente, ao ser escarrado por esse parágrafo logo nas primeiras páginas de uma edição super enrustida de “Trópico de Câncer”. Nem imaginar as maravilhas que viriam nas centenas de páginas posteriores, ou consciência de que esta “porrada” estava sendo desferida na face da hipocrisia do mundo desde uns trinta anos atrás. Não importava desconhecer que outros antes já estavam brigando essa boa briga contra o “bomgostismo academicoide literário” sem se importarem em ser considerados perdedores e serem chamados, no mínimo, de “malditos”.

Foi com meu amigo “Moleiro” (apesar dos tantos outros distribuidores de “porradas literárias” que vim a ler/conhecer) que permaneceu como meu predileto (sorry, forgive Me Joyce, if you can), que descobri ser possível escrever do jeito que se vive, as coisas que se vive e que “desafinar o coro dos contentes” (salve, prematuramente auto desvivido Torquato Neto) é uma felicidade incômoda, mas que propicia um tesão transgressivo indescritível.

A tomada de consciência em relação ao S&M só fez arder a pimenta exata no realce adequado do tempero desse peculiar paladar que passou a caracterizar as literatices cometidas pelo moleque pré-adolescente, especialmente quando já amadurado transmutou-se, entre outras personas, SadoMaster.-

Nesse canto infernal de maravilhas, apresento textos ficcionais - vivências e liberdades literárias conjugadas - no formato conto, focados essencialmente no sadomasoquismo ou em temas correlatos, que divulguei de maneira esparsa em alguns sítios, internéticos ou não. Em não muito tempo, inéditos virão.

As imagens,  modificadas ou não, que comentam visualmente os escritos, apresentadas sempre em P&B, mesmo quando não originalmente produzidas nessa técnica, espelham a elegida acromatopsia que tanto entesa quando retrata o sexo. A autoria, sempre que possível, será explicitada. Tomara os detentores de direitos permitam que sua arte continue a ser difundida e usufruída. Porém, quaisquer restrições serão respeitadas e acatadas.

Comentários, mais do que bem vindos, são estimulados. Desde de que expressos em linguagem  crítica apropriada, dentro dos limites da cortesia sem solenidade, não serão bloqueados, elogiosos ou não.

And last but no least, pra não dizer que não falei de Sade: “Não há outro inferno para o homem além da estupidez ou da maldade dos seus semelhantes”.

Maravilha!

Maravilhas!

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