sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Mulher dos outros, Minha cadela


Explicando Sade & Bataille
A plateia hipnotizada por seu carisma.
A vibrante eloquência natural com que transmite seus conhecimentos fazem com que suas aulas sejam disputadas a tapa pelos estudantes.
Também Me orgulho ao assisti-la segura & destemida ante tantos olhares, fresca & jovial como quando a preparei em horas de antes nessa manhã, que suas carnes agora julgam eternidade de lembrança. (“Eu sei que você tem uma aula importante daqui a pouco, porém, antes vai fazer uma coisinha imunda para Mim. Isso, alise a boceta sem enfiar os dedos, mas não se atreva a gozar, ordinária. Agora caia de joelhos, abra Minha calça & chupe Meu cacete. É sua aula de degustação, saborear Minha porra em sua língua. Engula até a última gota. Não se atreva a engasgar. Quero Meu pau impecavelmente limpo por essa saliva de cadela. Vagabunda, sorria pela felicidade de Eu transformá-la num reles depósito de esporra”).
As presilhas de metal devem estar começando a lacerar os mamilos dos seios: logo começarão a sangrar.
Os passos decididos destacam a graça de sua bunda: o consolo atolado até o fundo de seu rabo já deve ter transformado seu cu num buraco que sem esforço receberá Minha mão até o punho.
A maneira despretensiosa com que acomoda a mão sobre o ventre: o clipe de metal preso em seu grelo deve atormentá-la como um alicate incandescente. Os intervalos estudados para manter a audiência atenta: o ovo vibratório atolado em sua boceta faz com que responda maravilhosamente cadela aos estímulos do controle remoto que manuseio de Minha cadeira no auditório.
Ela me sorri o mesmo sorriso de gratidão, quando, há alguns meses, Me implorou que lhe iluminasse o caminho & a fizesse puta nascida pela entrega em sofrimento.
A professora de literatura
Loira química, de idade boa, cara ótima, bunda & peitos melhores, chegou ao bar de estudada iluminação de filme noir, trajando um custoso trapo avermelhado de elegância burguesa - tão bem ajustado que pouco deixava para adivinhar de suas formas de fêmea tesuda - & que daria para garantir Minha fome, Meu cigarro & Meu whisky por uns dois meses.
Casada, feliz com o casamento como é feliz com o casamento qualquer mulher casada entediada com um casamento de quase três décadas alicerçado nos mais sólidos princípios do conforto material: entenda-se grana pra cacete para enfiar pelo rabo adentro, proporcionado pela hipocrisia da conveniência social.
Alma plastificada de mulherzinha intelectualoide emancipada, gostava de pensar sua boceta como o campo de batalhas onde reis tinham triunfos & imperadores amargavam derrotas, segundo a prepotente & presunçosa segurança da maquiavélica estratégia bélica que julgava esconder em seu útero.
Especializada em literatura licenciosa, mal conseguia esconder a Meus olhos experimentados o preconceito de considerar o sadomasoquismo apenas uma doentia brincadeira imatura de uma criança primitiva.
Já disse um não sei quem famoso de quem não lembro o nome, que as pessoas não gostam do que invejam.
Porém, Eu percebia que ela se vangloriava por foder com um bando de homenzinhos de mentira por absoluto terror em foder com suas fantasias de verdade.
Sua petulância era tamanha que parecia acreditar possuir poderes sobrenaturais & ser capaz de saber de meus presente, passado & futuro pelo formato das manchas úmidas que deixava na cueca depois de mijar.
Arrogante, bebia o champanhe em pequenos goles & pernóstica sorria arrotos de profiteroles.
Satisfeita por haver por um tempo ostentado sua plumagem pernóstica, resolveu ser agradável dizendo que pretendia escrever um artigo sobre Meus textos para uma revista acadêmica, destacando que Minha estudada crueza no uso de tabuísmo associado a disfemismo em hiperbólico exagero, não conseguia ocultar um indisfarçável lirismo animal em Minha algolagnia, mesmo na descrição das mais depravadas práticas, nas mais degeneradas circunstâncias.
Tanta prosopopeia apenas para dizer que Eu tinha o maior tesão do mundo em escrever sobre perversidades sádicas usando um vocabulário sujo pra caralho?
Disse-lhe que até permitiria que Me lambesse o cu depois que sujasse a boca na imundície sanguinolenta da hemorroidal merda do mais gonorreico dos mendigos que lhe cagasse na boca, mas que depois daquela frase idiota, sequer limparia o rabo com nenhum de seus diplomas.
Ela reage estranhamente auto satisfeita ao insulto, com um sorriso transgressivo de maldade condescendente.
Sem aviso, tapei sua boca & com premeditada crueldade esmaguei o cigarro aceso no mais carnudo ponto de sua deliciosa coxa branca. O grito de dor ficou preso na palma de Minha mão; o terror arregalou seus olhos claros que depois se espremeram em lágrimas quentes.
Retirei Minha mão & agora seus lábios sorriam um sorriso diferente. A dor é a chave mágica para destrancar a devassidão da fêmea que anseia ser subjugada.
Naquele instante soube que, agora, ela tinha um coquetel de pássaros assustados revoando nos porões da boceta.
O primeiro banquete
Com os amantes, quase uma dezena, os mais refinados motéis.
Levei-a ao mais sórdido & repulsivo hotel da zona de prostituição.
Esbofeteada & chutada até que se pusesse nua  em escabrosa obscenidade.
Imóvel na cama, deitada de costas, braços & pernas abertos em xis, os bicos das tetas endurecidos pulam do centro das auréolas castanhas querendo beijar o teto. A cona exalando a salinidade líquida de seu tesão animalizado. A sombra úmida do buraco do cu difusa, apenas perceptível na junção das carnes do gracioso rego das nádegas inquietas que começa a ser irrigado pelo pegajoso suco de boceta que escorre lento & constante como ganido de alegria de cadela no cio.
O cinto dobrado em dois balança sua ameaça de couro de forma assustadora ante seus olhos.
Meu olhar autoritário é eloquente nas não palavras de silêncio que lhe anunciam o humilhante suplício iminente.
Na primeira vergastada sem complacência no vão das coxas, o tronco se contorce & ergue-se arqueado realçando a abertura da racha & revelando o grelo rosado.
Seu grito agudo foi como o último do condenado ante o medo da morte, porém, serão mais vinte & quatro dores que experimentará. Para lembrar as bodas de prata que, Me disse, comemoraria na noite seguinte com o marido & amigos em jantar num dos melhores restaurantes da cidade. Não fui convidado, mas Meu banquete em suas carnes será hoje & agora.
A noviça sofre, mas dócil agradece com sinceridade nas lágrimas quentes & na respiração desigual pela preciosa delícia desconhecida que lhe traz a dor que lhe é inflingida.
A cada nova laceração incendiária desferia pelo açoite - no ventre, nos quadris, nas coxas, nas solas dos pés & novamente na massa carnuda dos peitos - a vacilante penitente esmera-se em ofertar a mais subserviente entonação musical à frase “Obrigada, Senhor!”, que lhe foi ordenada como litania em agradecimento pelo privilégio da inclemente revelação de maravilhas.
Terminado o padecimento pela flagelação o vestíbulo de sua vagina é um avermelhado amontoado de carnes inchadas clamando por degustação & arrombamento, figura central da enlouquecida pintura de vergões rosados que Minha impiedade desenhou em suas carnes entregues. Uma inspeção minuciosa de Minha língua revela que o paladar de seu veludo é de tesão vaporoso de entranhas em fervura, implorando pelo estupro bestializado envenenando a cópula submissa.
Violentamente, viro aquela carne de uso de bruços, pois agora é tempo de provocar intoleráveis crueldades sem trégua em seu pantográfico buraco de cu.
Enterro Meu caralho sem avisos ou lubrificação prévia em seu rabo, danificando as paredes de seu esconderijo anal virado em braseiro de martírios pela sucessão feroz de entradas & saídas sucessivas. A selvageria de Minha sodomização transforma o desarrolhamento de suas pregas num deleite de degeneração doentia.
Reles fêmea desabrochada em decadente buraco estuprado, ela apenas implora de forma comovente que enterre mais fundo & mais forte até que pela redenção da dor insuportável seja rasgada em prazer.
Esse, no entanto, só lhe será concedido após a indecência suprema.
Acomodo meu pau em sua faminta boca ansiosa, para que lamba & deguste cada gota do exótico sabor do licoroso & quente catarro de cu, mistura de sangue & merda, que envolve cada centímetro da carne de Meu cacete. Embriagada pelo aroma de sua imundície que emporcalha Meus pentelhos ela enterra o rosto em direção à Minha barriga, até que sua garganta mastigue ritmadamente a ponta de Meu caralho.
Tranquilizei-a em relação às marcas: deveriam desaparecer até a noite seguinte, quando carnes imaculadas, poderia conceder ao marido a protocolar trepada comemorativa aos vinte & cinco anos de casamento.
Pediu-Me um beijo de despedida.
Atirei-lhe uma cuspida na face.
Da palma da mão bebeu de Meu escarro & quando virei-lhe as costas, docemente recitou à Minha nuca: “Obrigada, Senhor”.
Seis meses depois das bodas de prata
Uma universidade “Allons enfants de la Patrie” qualquer da França concedeu-lhe um prêmio por uma monografia sobre novos autores eróticos, na qual Meu nome era citado meia dúzia de vezes (adoraram quando afirmei que Minha maior motivação literária era a nicotina), o que Me permitiu a convivência com seus amigos intelectualoides, a amizade com o marido & a confraternização com a quase dezena de amantes que, discreta & gentilmente Me acolheram como mais um comensal daquelas carnes de prostituta diletante.
Não Me sentia especialmente incomodado por Me considerarem um deles, porém, tanto quanto o marido, duvido que imaginassem Meu protagonismo sexual naqueles buracos de cadela feminina.
Jantar comemorativo com discurso chato de um chatíssimo adido cultural francês com cara ridícula de cafetão de pornochanchada.
Nunca precisei amarrá-la, porque o faria num restaurante de luxo? Sei que, enquanto Eu ordenar permanecerá imobilizada.
Arrebita a bunda & sem que ninguém perceba ajeita o vestido para deixar as nádegas livres. A ponta de meu dedo se insinua pela porta de seu cuzinho & a penetra violentamente, sem aviso. Apenas sua respiração se acelera.
Seus dedos escondidos debaixo da toalha da mesa, enterrados em seu buraco anterior, remexem nervosos a carne encharcada de sua boceta. Quer gozar, porém, não o fará sem Minha permissão & sabe que quando estivermos a sós Meu pau terminará o que sua mão começou.
Se os que estão à sua volta soubessem que esse sorriso de cortesia que devolve ao Meu olhar descompromissado é a confirmação da puta desavergonhada reafirmando-se como Meu objeto de carne de uso, Meu brinquedo de imundícies sexuais.
Não importa o lugar, quem a acompanha, ou o que esteja vestindo.
Sempre que Meu olhar a aprisiona, está exposta para Mim apenas como a vadia despida, carnes prontas a receberem novas marcas de Minhas mãos. Ali está apenas a escrota de Meu uso, a fêmea que engole Meu pau até o porão da garganta, a ordinária que engasga com Minha porra & bebe cada gota de Meu mijo. A sórdida acanalhada que dilata o cu para sentar no plug gigantesco & arreganha a boceta encharcada para fazer desaparecer o consolo na caverna do útero enlouquecido de tesão. A cadela de língua sedenta que ajoelha & agradece sorrindo entre lágrimas por cada bofetada que recebe. A vagabunda que só para de gemer para implorar entre gritos de desespero que lhe seja permitido gozar como vadia. A prostituta que desqualifica a mulher a cada exigência de degeneração sexual que atende pela Minha vontade, pelo simples prazer de saber-se humilhada em entrega obediente. A rameira que implora para que o espancamento seja mais forte & interminável & que suas carnes lanhadas sejam o documento que reafirma sua servidão sem limites ao arbítrio de Meu sadismo.
O patético francês anuncia que ela aceitou o convite para lecionar por seis meses na França.
Meu dedo abandona seu cu com violência.
Sua tentativa de sorrir é inútil.
Aplausos, uma veadagem culinária que denominaram como comida, alguns drinques & todos nos despedimos com a polidez que a hipocrisia social exige.
Na saída, ainda corre atrás de Mim por alguns metros & gagueja o início da frase “Eu ia lhe contar...”
Não é preciso que Eu diga nada; apenas continuo andando, Minhas costas ignorando suas lágrimas.
Sabe que nunca mais Me verá.
A lua decadente Me lembra seu rabo arrombado pelo Meu caralho.
Amanhã, vou espremer Meus olhos para um sol novo como um seio de doze anos sem par.
Na noite parda, todas as
solidões são gatos atropelados
Por um tempo, foder com ela era a sensação de um serial killer que a cada novo crime repete o primeiro, sempre o mesmo & único, como um ódio tão apaixonante que deve ser eliminado a cada vez que é recordado, mas cuja lembrança sempre nos deixa de pau duro.
Porém, a matança continuada de suas carnes estava definitivamente encerrada para Mim.
De repente, numa frase, tudo pareceu tão bizarro como a lógica de um hospital.
A vida não pede desculpas.
Na cama, despida, treme sem sentir frio.
Sentada na escuridão de sua alma vazia, sente que a solidão imposta pelo desprezo é a pior prisão. Quer chorar para suportar, mas não consegue. Sua punição é a culpa, a vergonha por não ter correspondido. Envergonhada não consegue se afastar do espelho das próprias confissões. Um objeto que perdeu sua razão de ser porque não será mais usado.
Sua boceta ainda se molha como qualquer outra, mas não mais se alagará na delícia  do suco da perversão.
A ferida que nunca cicatriza que ostenta no meio das pernas, ao invés de muco de gozo, apenas verterá água de decepção, sangue com dor, sem cor.
Sangra porque sabe que não será perdoada & não lhe será concedido retornar ao seu lugar aos Meus pés. Para sempre aprisionada em seu inferno.
Quando o ronco ao seu lado torna-se regular & contínuo, levanta-se & caminha com as coxas umedecidas separadas, como vaca no pasto perseguindo um fiapo de luar, coloca-se, pernas abertas ante o grande espelho, & penetra-se com a mão, belisca-se & aperta as carnes de seu buraco de mijar com violência até que o grito interior chegue à beira da garganta. Espera que a violência da dor lhe revele Minha imagem de pau duro por trás de seu reflexo indecente. Para sempre Me terá em emboscada em seus pesadelos, implorará para que Eu volte a mutilar sua alma. Seus gozos jamais serão como ontem.

Na cama, o marido ronca o sono dos tranquilos que acreditam na promessa do reino dos céus.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

A Filha da Puta


“Nos salões burgueses simula-se a virtude; nos salões intelectuais simula-se o vício; entre uns & outros, não sei os que me despertam mais repugnância”: já bem dizia o velho Pitigrilli lá pelos trinta do século passado.

Odeio esses eventos literários, ainda mais quando mesmo repudiando, se é o centro das atenções. Não podia, no entanto, negar essa noite a Sylvia, pelo tanto que tinha feito, & continuava fazendo por Mim.

A confraternização com esses repugnantes bípedes socialmente sorridentes estava sendo especialmente aporrinhadora, porém, não podia Me queixar: Eu havia exigido que Sylvia colocasse Norma em Minha mesa, acomodada bem à Minha frente com aquele seu ridículo maridinho que às custas do dinheiro dela, mantinha sua postura afetada de manequim andante desfilando pasteurizantes ternos importados.

Sylvia não precisava adivinhar que Eu planejava vomitar raios & trovoadas na tempestade de vingança que pretendia descarregar sobre aquela fedelha insolente, mas preferiu apenas sorrir seu mais perverso sorriso, alisar os bicos dos seios por cima do vestido & curtir no corpo a eletricidade de apenas imaginar como seria a Minha desforra.

Um nome, que nos tempos da ditadura, tornou-se algo além de um mero pseudônimo, transformado, pelas circunstâncias, num esconderijo involuntário contra a bestialidade do arbítrio policialesco nos milicos. Como o rock, a literatura não vive sem a mística & a mítica. Muito graças ao trabalho secreto de Sylvia em sua pequena editora emergente, com as pequenas edições clandestinas em papel de má qualidade, Spiritus Fornicator passou a despertar o interesse & até a admiração como um transgressor do moralismo & não apenas um escritor de textos sujos de violência sexual recheados de palavrões.

Com a mudança dos tempos & dos ventos, a revelação da coisa toda, mesmo contra Minha vontade, era uma inevitável estratégia até mercadológica. Sem maiores estremecimentos, o reconhecimento veio & tornou-se naturalmente confortável. A princípio um tanto de dinheiro apreciável, depois um rendimento nada além do medíocre, a acomodação impôs-se & Spiritus Fornicator virou apenas um escritor de textos sadomasoquistas com algum destaque garantido pela tradição.

A iniciativa da reedição compilada dos textos clandestinos, no entanto, fugiu da mera jogada de marketing. Foi algo que Sylvia, com sua incondicional paixão pela Minha escrita, sentiu necessidade vital de ofertar à comunidade literária, a ela &, principalmente a Mim. As releituras críticas, evidentemente, não poderiam deixar de espelhar novas visões possíveis por novos ângulos iluminados por novas luzes de outros tempos, porém, foram em sua maioria honestas, mesmo quando não especialmente favoráveis. Mas justamente a tal de Norma, com sua burguesinha bunda cor de rosa, que nunca teve de enfrentar qualquer barra na vida, tinha de, mesmo sem qualquer restrição à qualidade dos textos, cometer a  maneirista frase de efeito babaca: “Não se entende porque tanto estardalhaço, pois não se identifica claramente na escrita sadomasoquista de Spiritus Fornicator, ao tratar a mulher como mero depósito de esperma & urina, entre outras secreções, qualquer real denúncia das contradições do capitalismo”?
Dizem que a idade traz o juízo. Não no Meu caso. Nem os anos são capazes de Me impor aquilo que repudio.

Depois de duas taças de vinho, mais um tanto de água, aliados aos insondáveis mistérios do organismo feminino, nada estranhável que ela enderece aos circunstantes aquele sorriso semgracista, pronuncie um “Com licença”, como se necessitasse, com polidez hipócrita, dar ciência ao universo  que pretende esvaziar o líquido de sua bexiga. Norma rebolando estudadamente seu traseiro classe mérdia endinheirada dirige-se triunfante ao banheiro para uma protocolar mijada. Nem imagina que a sigo com uma surpresa inesquecível.

Deus não desampara os perversos: senão, quem produziria pecados para que ele os abominasse?
Banheiro deserto, Norma tranca-se no reservado.
Conto mentalmente os segundos necessários para que ela desça o fecho do trapo colorido com etiqueta consumista que lojas de New York vendem a deslumbrados terceiro-mundistas enricados, abaixe as calcinhas de premeditado erotismo otário, sente-se no vaso sanitário e...
No tranco de ombro, a porta abre fácil como uma beata com tesão.
A bofetada imediata não permite que o susto se complete. A mão na boca silencia o medo instantâneo. O seio esmagado por Minha mão entende a mensagem: a dor vai traduzir os momentos que agora vierem.
— Abra as pernas, já! Atreva-se a mijar uma gota sequer desse mijo que tem aí dentro dessas tripas sem Minha ordem & promovo um show de porradas nessa carinha de barbie de camelô que nem aquele teu maridinho de encomenda com visual de cafetão de catálogo vai conseguir te olhar sem vomitar. Imagine então, vadia, o que acontece se gritar quando Eu tirar a mão de sua boca?!
Funcionou com ela como com todas: aqueles lindos olhos em contato direto com a maldade dos meus, impossível de se desviarem, presos pelo medo & pelo fascínio da violência, num hipnotismo em plena consciência.
Abri a calça & coloquei meu pau começando a endurecer a milímetros de sua boca.
— Dizem que vontade de urinar é contagiosa como bocejo. Acredito que tenho uma boa dose de mijo de macho com urgência de não controlar por muito tempo pronta para ser esguichada. Melhor então abrir essa boquinha deliciosa & tratar de beber cada gota, pois para Mim é indiferente te molhar dos pés à cabeça & te jogar toda mijada bem no meio desse salão cheio de pessoas de bom gosto.
— Você é um louco nojento!
— Não, patricinha, sou apenas o seu mais degenerado pesadelo de vadiazinha de boa reputação vindo te assombrar na tua realidade acordada. Acha que alguém vai acreditar que um escritor afamado, praticante experiente de sadomasoquismo, com uma fila de fêmeas implorando para serem usadas por ele atacou & tomou à força uma putinha sem sal como você, num dos templos da cultura do país, bem em frente aos mais empinados narizes burgueses da nação? Se quiser tentar o escândalo... além de não ter nada a perder ou temer, provavelmente vou ter uma publicidade extra que vai ser ótima para a vendagem de Meus livros.
A crueldade cínica era inquestionável: estava aprisionada na armadilha & sabia não poder nem mesmo se debater.
— Minha mãe te fez Giácomo & ela vai te destruir quando souber disso.
— Giácomo foi feito pelo homem & pela mulher. Spiritus Fornicatur foi cagado no mundo pelo demônio que ficou tão fascinado pela merda que fez que esqueceu de inventar a fórmula para Me destruir. Abra a boca & beba!
A repugnância inicial era genuína, como mulher, jamais havia experimentado tal extravagância; no entanto, mesmo com alguma imperícia conseguia engolir com regularidade o jato quente & espumante; tão logo um tanto se armazenava em sua boca, um gole generoso descia por sua garganta. Sem que se apercebesse, Meus experimentados sentidos logo identificaram, seu sua mente foi se adequando à rotina & seu corpo antes rígido pelo medo & pelo asco começou a arredondar-se em sutis contorções de... prazer... sim, de prazer.
— Nem pense em querer aliviar tuas necessidades. O teu mijo, continue segurando nos porões da boceta.
Barulho. Duas barangas entram no banheiro falando bobagens pelos cotovelos. Com a rapidez do instinto, agarro-a pelos cabelos & enterro meu caralho inteiro em sua boca. O punho fechado ameaçando murro faz seus olhos brilharem arregalados de pavor. Medo de apanhar? Medo de sermos descobertos?
Ameacei baixinho em seu ouvido
— Atreva-se a engasgar & essas duas mocreias vão te ver sair daqui debaixo de porrada com as calcinhas nos joelhos, toda mijada & sendo chutada até engolir de volta tudo o que vomitou.
Devorar caralhos não devia ser novidade para ela. Com habilidade de profissional, agasalhou sem esforço maior meu pau em sua boca & mesmo com o engrossamento inevitável, Norma chupava de uma maneira que permitia que Eu quase continuasse a mijar quase que diretamente em seu estômago.
As duas mulheres demoraram uma eternidade, falando besteiras sem parar. Meu estoque de mijo foi inteiramente derramado nas entranhas de Norma sem qualquer perda & agora meu pinto apenas descansava acomodado no calor úmido de sua saliva. Senti suas mãos apertarem Minhas nádegas: a ordinária forçava para que Eu entrasse mais & mais em sua boca. Como Eu sempre digo: depois de competentemente detonado, o limite do tesão de uma mulher é ter mais & mais tesão sem limites.
As velhas finalmente saíram & percebi que Norma estava quase sufocada. Arranquei com determinação a rola de sua boca & apliquei-lhe nova bofetada, deliciado com o ruído de sua face estapeada. Com as costas da mão limpou um tanto de baba que, não conseguia evitar, escorria pelo canto de seu lábio espancado.
— Por Deus, Giácomo, vou me submeter ao que quiser fazer comigo, mas não aguento mais: preciso urinar.
— Cadelas mijam, vagabunda! E ainda falta o segundo ato. Esqueceu-se que Spiritus Fornicatur faz de toda mulher um depósito de urina & esperma?
— Por favor, estou menstruada.
— Como se isso fizesse alguma diferença em algum momento. Mas não se preocupe, o lugar onde vou depositar Minha porra só verte sangue quando uma preguinha mais teimosa demora a se arreganhar.
— Não isso não!
O medo era autêntico: ou nunca havia sido enrabada, ou tivera alguma experiência desagradável ao dar o cu. Seu temor em desamparo era o combustível que faltava para abrir de vez o apetite canibal de Meu sadismo.
Com assassina habilidade de açougueiro colei-a contra os azulejos, com destreza de putanheiro separei suas nádegas & com a certeza do cego que encontra o caminho até de olhos fechados acomodei a cabeça de meu pau em seu buraquinho nervoso que, num descuido natural, acomodou-se por um instante. Fatal. Numa arremetida decidida, fiz todos os milímetros de carne de Meu caralho invadirem sem piedade aquele cuzinho hesitante.
Distração imperdoável: o grito que a porca soltou poderia ter ser ouvido até num asilo de surdos. Minutos tensos enquanto ela grunhia na palma de Minha mão. Nada. Ninguém. Animais, respirávamos em espasmos.
Seu ânus se contraía defensivo, para logo em seguida alargar-se pelo esforço inútil. Eu ia & vinha, mentalmente berrando um rock selvagem. Suas  lágrimas escorriam quentes pela pele de Minha mão, seu cu era fervura incandescente, maravilha anal quase como que punhetando Meu pau. Logo era um dilatado buraco de carne umedecendo meu caralho com a estranheza de uma liquidez pegajosa. Meus dedos se intrometiam em sua boceta, vinham emporcalhados de sangue & eram imediatamente sugados até a limpeza por uma língua agora depravadamente faminta. Norma não mais resistia, superara a entrega conformada. Sua bunda arrombada agora vinha decidida de encontro ao meu corpo eletrificando meu pau a cada estocada dolorida.
Pode ser que um raio não caia duas vezes no mesmo lugar, mas se não ouviram o grito dela, por que escutariam Meu urro de gozo?
Imagens literárias são sempre exageros hiperbólicos, mas a quantidade de porra que Eu estava vomitando no interior daquelas carnes parecia não querer acabar. O rock virou um blues dolente & depois uma balada sacana. As respirações de aquietaram na normalidade do pós foda. Ela foi se ajoelhando; me olhava implorando por uma pausa à sua exaustão.
Então, talvez a mais temida das que ainda faltassem em seu repertório de expressões de pavor: Norma cobriu seu rosto com uma deslumbrante máscara de pânico, que poucos dominadores conseguem vestir na face de uma cadela submetida, ao encarar Meu pau endurecido, sacado de seu rabo, não exatamente imaculado.
O que esperava de diferente que saísse de seu cu de menina rica? Essa é uma das contradições do capitalismo que sempre denunciei em meus textos & você não soube, ou não teve coragem de ler.
Seu átomo de hesitação não teve tempo de defesa. Agarrei-a pelos cabelos, enfiei em sua boca até quase obrigá-la a engolir Minhas bolas. Manipulava sua cabeça com a selvageria de um alucinado, obrigando-a a ir & vir sem parar até... até que, voluntariamente, Norma continuou sua tarefa até deixar Minha rola limpa, brilhante em saliva, como se pronta para uma punheta após confissão de primeira comunhão.
Enquanto ajeitava Minhas roupas ela se recompunha bonequinha de luxo como podia nas circunstâncias.
— E pensar que o grande Spiritus Fornicatur iria revelar-se, na penúltima gargalhada de vida, como um mero estuprador.
— Já para Mim não foi surpresa que a “Miss Cocô de Ouro”, apesar da hipocrisia de conveniência, se revelasse na foda uma puta devassa como qualquer fêmea devidamente estimulada.
— Não confunda as reações animais de meu corpo, com meus desejos, Giácomo. Preferi não encarar o escândalo, mas vou contar tudo à minha mãe & então você estará acabado.
— Então, não vamos deixá-la esperando.
Tirei o cinto, lacei seu pescoço & a fui conduzindo como uma cadela bípede. O corredor dos banheiros deserto. A porta de emergência logo ao lado. As escadas até a garagem sem ninguém.
Não foi difícil localizar o quase exclusivo automóvel esporte importado com que ela deslizava impertinente pelo asfalto sujo da cidade. Atirei-a com violência contra a lataria brilhante da tolice supérflua sobre rodas.
— Você é exatamente como seu carro, Norma: linda, potente, cara, porém, sem estilo. Você acredita que o dinheiro compra tudo, mas o dinheiro compra apenas aquilo que tem preço & que esteja à venda. E você é uma mentira sem preço que ninguém quer comprar. Na qual nem mesmo você acredita, mas que insiste em querer vender ao mundo.
Ódio puríssimo no sangue dos olhos, o cinto enrolado no pescoço, retrato acabado da cadela enraivecida pronta a atacar, quando...
— Apenas um escritor com tanto talento como você saberia definir a mediocridade personificada nesse fantoche de duas pernas que é o meu fracasso de filha.
Sylvia tinha uma expressão de desalento, embora gratificada, quando saiu detrás das sombras do carrão esporte.
Ao ver a mãe encarando-a com censura, Norma não mais conseguiu se segurar. Atirada ali no chão, desânimo patético, o fino tecido azul encharcando-se em sua própria urina, como se o vão de suas coxas vertesse doído & lento pranto de mater dolorosa, parecia um tinteiro quebrado pela tristeza.
Tirei o bloco do bolso, rabisquei alguma coisa & entreguei a Norma que leu em voz alta.
A grande contradição do capitalismo é a mesma dos porcos, que são repulsivos, engordam na imundície, porém, produzem uma carne deliciosa.
— Engula! – Eu disse – de agora em diante você vai implorar para que Eu não deixe apagar o fogo do inferno de maravilhas com que acabo de incendiar sua alma por boceta & cu & Eu vou mastigar com perversidade cada momento de sofrimento dessas suas carnes de leitoa burguesinha até tê-la transformado numa verdadeira fêmea de uso.
Lentamente, com puxões decididos, Norma foi rasgando o vestido, arrancou sutiã & calcinha & pôs-se numa para a luminária florescente com defeito que gaguejava luminosidade para o eco do cimento da garagem.
Sylvia retomou a altivez que o mundo tão bem conhecia.
— Você está tendo, Norma, a chance que só Me apareceu um tanto mais tarde na vida. Não se preocupe com o idiota de seu marido; ele tenta Me comer desde quando começaram a namorar; hoje, quando eu abrir as pernas para ele, em sua vaidade imbecil, pensará que, finalmente conseguiu. Não se preocupe, ele não saberá o que também seu pai jamais soube enquanto esteve vivo.
Entramos no carro, Norma, linda com o cinto enrolado no pescoço, deu  partida no motor.
— Que seja, então, na cama de meu marido.
Quando nos afastávamos lentamente, olhei para o vidro traseiro: Sylvia, sorrindo vitoriosa, levantava o vestido & exibia a boceta que há tantos anos vem franqueando como playground para o Meu sadismo.

A cidade, tremendo no frio da noite desse 16 de junho, assistia o carro esporte importado deslizar quase levitando pelo asfalto de suas ruas, sem poder adivinhar que, por trás dos vidros escurecidos, era pilotado por uma mulher recém nascida de vinte & três anos, maravilhosamente nua, fedendo a mijo & a suco de boceta.